domingo, 24 de junho de 2007

estrofes da experiência

Por
Vanessa Corêa
Mafra SC


Como podes minha bela criança
Sair tão depressa dessa dança?
Antes brincava alegremente pelos pastos
e ninguém via medo através desses passos

Hoje minha pequena anda escondida
Com medo do sol, e da chuva desprendida
No verão anda só de sombrinha à se proteger
em dia de chuva tanto a temer!
Não sai de casa e se deixa entristecer.

Ela chora falando que a culpa é de Deus!
Mas que Deus seria capaz de mudar sua natureza?
Seu querido pai, seu querido vô, fazem parte da realeza
A verdade usa máscara, e minha pequena que paga.

Como eu queria poder mudar o mundo para meu doce
Fazer tudo lindo como outrora já foste,
Mas por enquanto canto minhas lindas canções
e para ela é voltada todas as inspirações.

sem título

Por
Aline Arcuri
Mogi Mirim-SP

Não sei explicar o que eu sinto simplesmente escrevendo.
Escrever é para grandes.
Não gosto dos meus erros de português.
E eu realmente nao sei me expressar utilizando esse meio de comunicação.
Como vou dizer quem sou eu ?

sandálias e cores

Por
Vanessa Corêa
Mafra-SC


Minha princesa Isabel, esconda sua boneca de pedra
esconde que o Careta vem te roubar à noite, enquanto dormes
Enquanto sonhas com teu amado e se vê distraída
coisa que o Careta sempre faz, e na manhã seguinte vende

Essa é a noite dos mascarados e eles não vão poder te proteger
o cavalo branco fugiu, e o bumba meu boi tirou férias

Vá princesa Isabel foge do Piauí, vá com as velhas sambistas
se junte a elas na roda atrás de esmolas para fazer o doce
pulando pelas ruas, com o suor de seu corpo
quem sabe São Cosmo e São Damião te escutem

Vá minha linda, e não perca esse sorriso do rosto
e não olhes para trás, seu sangue negro é de tanta coragem
só cuidado com a dança de São Gonçalo, oia meu deus!
cuidado com os pés, é lá que as prostitutas se curam..

Homens brancos, mulheres e meninos e negros,
com violas, pandeiros e adufes, com vivas e revivas
Foi para onde Isabel foi, mas no meio de tanta folia
de tanto riso, ela some.. como divina, como uma santa
por entre as ondas do mar, por entre a luz do luar..

sem título

Por
Natasha Leonello
Mogi Mirim SP


Meu interior não se exalta.
Sou como o mar sereno que, sem sinais da tempestade,muda;
ou simplismente pavoroso.
Como um gole ardido de whiski seguido do trago amargo da sua detestável marca de cigarro.

Ou como aquelas pessoas que te arrancam a inspiração. No melhor momento a idéia voa.

Como a felicidade que chega nos piores momentos, ou como a mudança desse 'pior' para o 'melhor'.
Mas acima de tudo como a conformidade das coisas.

É como criar sua obra-prima e ela ser publicada com o nome do seu pior inimigo.
Criador e criatura não se aceitam nem nos melhores filmes, por que seria diferente agora?
Não aceitar não quer dizer não mudar.

fulana, vem cá

Por
Leonardo
Curitiba-PR

fulana, vem cá
levanta o vestido
eu quero te ver
já ando bem farto
de olhar-te coberta
e não te enxergar
teu rosto pintado
teu porte de gesso,
teu frio colar
lambendo-te os seios
me fazem lembrar
de células quentes
que acordam sedentas
se pernas se cruzam
se pernas se apertam
se pernas se ajeitam
fulana, vem cá
retira essa blusa
eu quero te ver
já ando bem fartp
de olhar-te vestida
e não te enxergar
ninguém vai saber
do fauno que habita
no fundo de nós,
da carne desperta
do fundo de nós
deixa-te prá mim
deixa que eu te faça
rabiscos de gato
na rosa-cintura
eu morro. vem cá
o século é nosso
eu sou e tu és
façamos de conta que sou teu bebê
me embala. me aninha
me dá de comer
fulana, não chores,
nem temas assim
eu sou e tu és
o mundo que vá
prá onde quiser
os dois que tentem
um leito na lua.
eu quero na terra
eu quero no quarto
eu quero no simples
eu quero-te nua.
fulana, vem cá.

p&b

Por
Vanessa Corrêa
Mafra-SC

Negra revolução, Negro descontentamento
A pólvora sem valia na manhã do novo dia.

Negra esperança, Negro céu
As estrelas a guiar esse mar a nos embalar.

Branca arma, Branco peito
Correntes nos pés e mãos separando amantes e irmãos.

Negra mercadoria, Branca ilusão
Fronteiras de diferenças, mesmos temores entre crenças.

Branca gratidão, Branco consentimento
O poder da pequena criança, controlando países de liderança.

Branca sabedoria, Branco sem destino
Assinaturas em vão, idealizadores sem razão.

Negra coragem, Negro respeito
Gente vendendo gente, maldição contingente.

Negra traição, Branco aproveitamento
Falta escrúpulos, falta paz.

Negra e Branca igualdade,
utopia por um mundo sem maldade.